A Personal Trainers Algarve
elaborou, através de Rui Madeira, mais um artigo para o Jornal Correio da Manhã, desta vez com um tema bastante
pertinente e que interessa à grande maioria das pessoas.
Leia o nosso artigo,
agora na integra e perceba quais as melhores estratégias a nível de estilo
de vida, comportamentos, exercícios e hábitos alimentares para manter a tão
desejada barriga lisa.
Achámos pertinente começar este artigo com a ideia de que
não se deve confundir o conceito de emagrecer com o de perder peso.
Emagrecer significa reduzir o volume de gordura das
células adiposas do corpo; perder peso terá a ver com a redução da massa
corporal total verificada por meio da balança.
Podemos emagrecer sem perder peso se estivermos ao
mesmo tempo a ganhar massa muscular e podemos engordar e manter o peso, bem
como podemos engordar e perder peso (quando perdemos massa muscular e
acumulamos gordura).
O importante será que não se classifique nenhum
indivíduo como necessitando de perder peso antes de termos os devidos
resultados de testes específicos padronizados.
Nós, na Personal
Trainers Algarve, efetuamos sempre uma avaliação corporal aos nossos
clientes, onde podemos observar se precisam de emagrecer ou perder peso e, ao
longo dos treinos, podemos ver a sua evolução, não apenas ao nível do peso, mas
também de volume, perda de gordura, ganhos de massa muscular, etc. Portanto, todos
estes valores irão indicar-nos a sua evolução e não apenas o peso corporal.
Como grande objectivo a alcançar, aquilo que mais
ouvimos da boca dos nossos clientes, tanto do sexo masculino como do feminino,
tem incontornavelmente a ver com emagrecimento e também com o “perder a
barriga”.
E neste ponto será fundamental abordar não apenas o
estilo de vida saudável com a prática de exercício físico, mas também uma
alimentação cuidada pois, sem esta, bem pode esquecer o tal “six-pack”, a não
ser que tenha a sorte de herdar uma genética fantástica.
Ora, a alimentação é um dos processos mais importantes que influem no
desenvolvimento, tanto físico como psicológico, de cada um de nós.
Uma alimentação equilibrada e a prática regular de exercício físico são
fatores essenciais para uma boa saúde. Contudo, hoje em dia, os europeus
ingerem demasiadas calorias e mexem-se muito pouco! O excesso de peso e a
obesidade são problemas que afetam um número cada vez maior de crianças na
Europa. Muitos são os fatores de risco de morte prematura, como por exemplo, a
pressão arterial, o colesterol, o índice de massa corporal e a diabetes,
estando eles associados a hábitos alimentares pouco saudáveis e à falta de
exercício físico.
É do conhecimento de todos que uma boa alimentação surte muitos benefícios
no corpo humano; mesmo assim, quantos de nós conseguimos realmente viver uma
vida sem excessos, quer seja nos seus hábitos alimentares, quer seja noutro
tipo de hábitos?
Precisamente estes excessos irão fazer com que consumamos mais calorias que
as necessárias e, mesmo exercitando-se, os vestígios dessas quantidades
exageradas, com o passar do tempo, vão-se alojando no nosso corpo e aquela
barriga lisa e tonificada com que tanto sonhamos não passará disso mesmo, de um
sonho.
“Um bom conselho que damos aos nossos clientes é que façam as suas
refeições em pratos de sobremesa e que não repitam. Reduzam consideravelmente o
consumo calórico diário, o que fará a diferença ao fim de algum tempo.” (PT
Rui Madeira)
Aí sim, terão a dose indicada, ao
contrário do hábito que se foi criando das megadoses implantado nos Estados
Unidos da América e que se vai alastrando a outros países.
Outro fator importante é aquilo que se coloca no prato. Seja
inteligente na escolha dos seus alimentos.
Para que a sua alimentação, além de agradável e que nos dá prazer, seja
também saudável, deve basear-se na variedade e no equilíbrio, sendo composta de
proteínas, hidratos de carbono, gorduras, fibras, cálcio e outros minerais e,
ainda, rica em vitaminas.
De seguida, apresentamos-vos alguns dos alimentos pelos quais deve optar em
detrimento de outros.
Alimentos bons:
Aveia- Cereal rico em fibras,
que ajuda a manter a sensação de saciedade ao longo do dia. Apenas meia chávena
de aveia possui 4,6 g de amido resistente, carboidrato saudável que estimula o
metabolismo e queima gordura.
Feijão vermelho/preto- É um dos alimentos
mais poderosos aliados do emagrecimento, segundo o site Health. Uma chávena
possui cerca de 15 g de proteína. No entanto, não apresenta gordura saturada
como outras fontes de proteína, como a carne vermelha, por exemplo.
Abacate- O ácido oleico,
composto rico em gorduras monoinsaturadas aqui presentes, é capaz de enganar a
fome. Comer até metade dessa fruta ajuda a derreter a gordura da barriga. O
abacate ainda é uma fonte de fibras e proteínas.
Ovo- Um estudo demonstrou
que mulheres obesas que ingeriram um ovo pequeno por dia ao almoço perderam
duas vezes mais peso do que as que comiam um tipo de pão de forma muito popular
nos Estados Unidos. E não se preocupe com o colesterol, porque a pesquisa
constatou que quem saboreia ovos não tem mais colesterol ruim (LDL).
Arroz integral- A versão integral é
muito mais saudável do que o arroz branco. Uma porção de meia chávena contém
1,7 g de amido resistente (tal como na Aveia). Além disso, possui baixa
densidade e fornece bastante energia, ou seja, ele sacia mesmo tendo poucas
calorias.
Salmão- As proteínas magras
ajudam a pessoa a ficar mais saciada. Ao escolher o salmão, você deixa de
consumir gorduras saturadas, presentes na carne vermelha. Além disso, o peixe é
rico em ómega 3.
Amêndoas- Alguns estudos revelam que pessoas que
comeram uma porção de amêndoas por dia mostrou que elas eliminaram mais quilos
do que aquelas que ingeriram carboidratos pesados, como bolachas de água de sal,
por exemplo.
Chá verde- Essa bebida é capaz de
dar a sensação de saciedade e ajuda a emagrecer. Além disso, os antioxidantes
do chá-verde auxiliam na queima de gordura. Um estudo descobriu que ingerir
cinco chávenas desse líquido por dia pode multiplicar por dois a perda de peso.
Alimentos a evitar:
Pão branco/massas- alimentos feitos com a farinha refinada que
fornece um carboidrato suscetível à fermentação e produção de gases que levam à
distensão abdominal. Pessoas com hipersensibilidade ao gluten (proteína presente no trigo) ou com doença celíaca podem apresentar ainda sintomas como a
flatulência.
Açúcar- a sacarose propicia o desenvolvimento da disbiose
intestinal (desequilíbrio da flora do intestino), fazendo com que as bactérias
benéficas diminuam e as bactérias prejudiciais proliferem, podendo levar à
distensão. “O excesso também se transforma em energia de reserva e aumenta a
quantidade de gordura abdominal”, diz Elaine de Pádua.
Molhos- Ao utilizar ingredientes
para dar mais sabor ao seu prato, lembre-se que, por vezes, está acrescentando
bastantes calorias ao que come, como é o caso do queijo ralado, de vários
molhos à base de açúcar (ketchup, molho barbecue, molho agridoce) e à base de
gordura (maionese), que contêm enormes quantidades de calorias.
Queijo ralado- Apesar de o queijo
em si não conter nada de prejudicial ou perigoso, 30 a 40% dele é formado por
gordura animal e cada 100 g correspondem a 300-500 kcal. Por outro lado, o
queijo ralado é muitas vezes ingrediente invisível de pratos já prontos “para
dar gosto”.
Refrigerantes- são compostos por grandes quantidades de
açúcares e muitos deles ainda lhe acrescentam o gás, facilitando, assim, o
aumento do volume abdominal.
Bebidas alcóolicas- o álcool aumenta a permeabilidade da mucosa do
intestino, aumentando o quadro de desequilíbrio da flora (bactérias)
intestinal, podendo levar ao aumento de volume abdominal.
Hipócrates, o pai da medicina, disse:
"Que o teu alimento seja o teu medicamento e que o teu medicamento seja o
teu alimento". E disse também: "Deixa de lado a droga se puderes
curar o paciente com alimento."
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a
proporção destes alimentos na sua dieta deverá ser a seguinte:
Do total de calorias diárias:
- 15 a 20% de proteínas;
- 45 a 55% de carboidratos; - 30% de gorduras, (das quais: até 7% de
gordura saturada, 6-10 % de gordura poliinsaturada e 15-20 % de gordura
monoinsaturada); - Colesterol: < 300 mg/dia; - Fibras 20 a 30 g/dia.
Aqui, devemos ter em atenção que a palavra dieta não significa deixar de comer ou é só para pessoas que querem
perder peso. Dieta refere-se aos hábitos alimentares individuais; cada pessoa tem uma dieta específica (saudável ou não) e cada cultura costuma caraterizar-se por dietas particulares.
Por falar nisso, é muito recorrente vermos pessoas a adotar dietas que
viram nas revistas ou que a amiga fez e resultou. Mas não quer dizer que
resulte com a própria pessoa, devendo ser o mais adaptada possível. Isso fará
com que evite o conhecido efeito ioiô, o qual se deve, primeiro a dietas muito
rápidas e restritivas (conhecidas como dietas-milagre), nas quais se perde peso
rapidamente, mas não de forma saudável. Segundo, é que normalmente a
pessoa não modifica os hábitos alimentares e o estilo de vida, continuando a
cometer os mesmos erros que cometia antes de fazer a dieta.
Para evitar o
efeito ioiô, evite então as dietas-milagre. As dietas que prometem perder peso
em pouco tempo têm consequências. Depois de terminá-las, recupera o peso que
tinha antes ou até mesmo mais peso. Estas dietas não são equilibradas e, por
isso, reduzem o peso à custa dos líquidos e massa muscular, mas não reduzem a
gordura. Nas dietas-milagre, não são corrigidos os hábitos alimentares errados
nem se aprende a comer de forma correta.
Enfim, ao fazer
tudo o que foi aqui descrito, acreditamos que ficará bem mais perto de
conseguir os seus objectivos relativamente à barriguinha lisa. No entanto, muitos
continuam a ter dificuldades em consegui-lo. Porquê?
Resumimos aqui,
em jeito de finalização, 10 dos principais motivos que o impedem de alcançar
este objetivo:
Genes: algumas pessoas têm uma maior predisposição para acumular gordura na
região abdominal.
Falta de sono: dormir poucas horas aumenta a produção de
hormonas de stress como o cortisol que potenciam a acumulação de gordura,
principalmente na região abdominal.
Excesso de stress: tal como a falta de sono, provoca a produção
de hormonas que contribuem para a perda de massa magra e aumento de massa
gorda.
Privação alimentar: uma dieta que não assegure as necessidades
calóricas diárias pode tornar o metabolismo mais lento, fazendo com que o
organismo queime menos calorias.
Excesso de álcool: as bebidas alcoólicas são muito calóricas,
portanto contribuem para o aumento da gordura abdominal.
Comer em excesso: sempre que ingerir mais calorias do que
aquelas que o seu corpo gasta vai acumular gordura.
Desidratação: O consumo de água associado a uma dieta
equilibrada rica em fibras e minerais contribui para a sensação de saciedade, para
a correta absorção dos vários nutrientes e equilíbrio do corpo. Deve evitar-se
alimentos processados pois são ricos em sal, contribuindo para a desidratação e
consequente retenção de líquidos.
Plano de treinos ineficaz: muitos praticantes caem no erro de treinar o
abdominal em demasia menosprezando os exercícios que envolvem os principais
grupos musculares que contribuem para aceleração do metabolismo e consequente
queima de gordura.
Má seleção de exercícios de abdominais: alguns dos exercícios mais conhecidos pecam
por não solicitarem a musculatura mais profunda, responsável por proteger a
coluna e reduzir o perímetro abdominal.
Más posturas: más posturas adotadas no dia-a-dia associadas
a um fraco tónus muscular deixam transparecer a imagem de um abdómen
proeminente.
Para
a obtenção de uns abdominais tonificados da forma mais segura, a Personal
Trainers Algarve recomenda, então, a adoção de um estilo de vida saudável
associado a uma dieta equilibrada, repouso adequado e a prática de atividade
física regular e adequada ao nível e necessidades de cada um, orientada por um
profissional habilitado e experiente.