As doenças reumáticas fazem parte da história da medicina desde os tempos de Hipócrates. O termo "rheuma" surgiu por volta do primeiro século d.c., para designar um quadro doloroso que afetava as articulações do corpo.
A artrite reumatóide (AR) é hoje considerada uma doença inflamatória crónica, de origem auto-imune, mas de etiologia ainda desconhecida, que causa dano progressivo no sistema musculosquelético. A prevalência da AR é de aproximadamente 0,5 a 1% da população em geral, com uma taxa de incidência duas a três vezes maior nas mulheres, especialmente acima dos 40 anos. Em Portugal a doença afeta cerca de 40.000 portugueses.
As várias estimativas ditam que a prevalência da doença aumente significativamente até 2030 em resultado do envelhecimento da população mundial, visto ser um fenómeno global.
As formas de prevenção da AR e tratamento dos doentes não estão totalmente estabelecidas, assim como a própria cura, visto que a doença evolui por surtos de tempo e intensidade variável, intervalado e com remissões. A cura é pouco frequente e quando surge é de forma espontânea e inesperada.
Os principais objectivos do tratamento são a diminuição e controlo da dor articular, prevenção da perda de função e melhoria da qualidade de vida do paciente.
Para além do tratamento farmacológico e de fisioterapia, fortes evidências têm sido observadas em relação ao exercício físico no tratamento da AR.
Contudo muitos doentes ainda pensam que o exercício físico irá aumentar as dores articulares e a severidade da doença, no entanto estudos recentes demonstram o contrário, ou seja os doentes pela prática regular de exercício físico podem melhorar a capacidade aeróbia, a força muscular, a mobilidade articular, a aptidão funcional e mesmo o humor sem que dai decorram maiores danos ou aumento do processo inflamatório.
Este novo paradigma surgiu principalmente no início da década de 90 alavancado pelas limitações terapêuticas dos medicamentos utilizados na altura e nas evidências da diminuição da capacidade funcional dos doentes com AR comparados com os indivíduos saudáveis.
E mesmo não havendo ainda um consenso para um protocolo generalizado de exercício físico aplicado aos doentes com AR, as várias propostas são unânimes em considerar que uma prática regular de exercício físico é segura e efectiva no tratamento da doença, mesmo através de protocolos de alta intensidade.
Um outro estudo elaborado por Jong et al. comparou a eficácia de um programa de alta intensidade e longa duração (RAPIT) com um tratamento à base de fisioterapia, e chegou à conclusão que o primeiro demonstrou ser mais eficiente em relação à habilidade funcional. Os mesmos autores vieram ainda depois identificar que a maioria dos pacientes que tinha participado no RAPIT continuaram a exercitar-se regularmente e a registar ganhos de força muscular, sem aumento da atividade da doença ou dos danos articulares.
No entanto a Personal Trainers Algarve adverte para o facto de embora os exercícios de alta intensidade parecerem ser seguros, não devemos generalizar tal efeitos sendo que a sua aplicação deverá exigir cautela redobrada.
Somos da opinião que um treino físico equilibrado, que inclua treino de resistência, força e flexibilidade ativa, é seguro e efectivo para realização por parte dos doentes com AR. E mais importante ainda que determinar o tipo de treino é perceber que a doença se apresenta de forma cíclica e que o programa de treino deverá ser elaborado de acordo com o estado geral do indivíduo e que eventualmente em certos períodos de maior severidade da doença será recomendável mais repouso.
Para finalizarmos esta temática, a Personal Trainers Algarve ressalva que o exercício físico assume cada vez mais um papel decisivo na luta contra a doença, assim como a sua inclusão na rotina diária e a adoção de um estilo de vida mais saudável irá proporcionar uma maior independência e qualidade de vida.
Texto de Tiago Gago
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