quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Gorduras saudáveis Vs gorduras prejudiciais


O consumo do tipo errado de gorduras sobrecarrega o fígado. O fígado é um órgão determinante na eliminação de gorduras. Se este órgão for sufocado com gorduras alteradas ou refinadas, ficam condicionadas as suas funções metabólicas e todo o metabolismo abranda.

Como resultado, dá-se o aumento de peso e o aumento da gordura à volta do abdómen. O fígado usa o excesso de gorduras alimentares e transforma-o em colesterol, que depois se transforma em bílis e é eliminada pelo corpo através dos intestinos. Caso haja uma alimentação rica em fibras, essa gordura será mais facilmente eliminada.

Ingerir fontes de gorduras erradas pode criar um desequilíbrio na produção de lipoproteínas pelo fígado, fazendo com que haja demasiadas lipoproteínas de baixa intensidade (LDL, as nocivas) e uma quantidade insuficiente de lipoproteínas de alta intensidade (HDL, as saudáveis). Esta situação aumenta o risco de artérias bloqueadas (arteriosclerose), doença cardíaca, acidentes vasculares e tensão arterial elevada.

O tipo de gorduras que se ingere diariamente é determinante para a saúde e terá uma forte influência na função hepática e no peso corporal.

 Gorduras saudáveis:

Os ácidos gordos essenciais (EFA, essential fatty acids) são os constituintes exteriores mais importantes das nossas células e também dos minúsculos órgãos metabólicos no interior de cada célula. Sem a quantidade suficiente de EFA, as paredes das células abrem orifícios e transferem energia de uma forma ineficiente. Consequentemente, o metabolismo abranda e dá-se o aumento do peso corporal. Os EFA permitem também que as membranas celulares eliminem toxinas do interior para o exterior das células e são cruciais para as células hepáticas limparem o sangue de materiais tóxicos.

Nomes, fontes e funções de Ácidos gordos essenciais (desejáveis):

Ómega 6 (ácido linoleico e ácido gama-linolénico):

Fontes: sementes e óleo (extraído a frio) de sésamo, cártamo, girassol, milho, groselha preta; soja; frutos secos crus; leguminosas; verduras; óleo de onagra; óleo de borragem; óleo de groselha-verde; espirulina; lecticina.
Funções: reduz a dor e a inflamação, melhora a pele, aumenta a energia e a vitalidade.

Ómega 3:
Fontes: peixe fresco de águas frias: cavala, atum, arenque, peixe carvão do pacífico, linguado, sardinhas, salmão, truta-arco-íris, robalo. Óleo de sementes de linhaça, óleo e sementes de groselha-preta e abóbora; óleo de fígado de bacalhau; camarões; ostras; soja; nozes; gérmen de trigo; rebentos de trigo; algas marinhas frescas; cápsulas de óleo de peixe.

Funções: reduz a dor e a inflamação, melhora a circulação; reduz os coágulos sanguíneos, reduz a tensão arterial.

Os ácidos gordos ómega 6 são essenciais no seu estado natural, ou seja frio. No entanto, com o tratamento errado, nomeadamente: contacto com o ar (oxidação), altas temperaturas, hidrogenação ou consumido em excesso, podem ser prejudiciais à saúde.

A partir de ácidos gordos ómega 6 podem ser sintetizados alguns agentes inflamatórios, denominados de eicosanóides, como o ácido araquidónico.

Algumas situações de risco associadas ao consumo de forma errada de gorduras ómega 6 são: cancro, morte súbita, doenças cardíacas, vasoconstrição, aumento da pressão arterial, elevação da taxa triglicéridos, artrite, depressão entre outros.

Ácido gordo não essencial (indesejável):

Ácido araquidónico

Fontes: carne vermelha gorda; alguns lacticínios; carne em conserva; alimentos fritos; alimentos de fabrico industrial e óleo hidrogenado.
Funções: pode aumentar a dor e a inflamação e dar origem a plaquetas sanguíneas viscosas.

Ficou então a perceber quais os alimentos e óleos que fornecem EFA vitais ao seu corpo para um metabolismo saudável e para a prevenção de doenças degenerativas. No entanto, é fundamental perceber que esses óleos só são benéficos no seu estado natural e não deteriorados pelos seus elementos ou pelo tratamento a que estão sujeitos. Os EFA são muito vulneráveis à luz, ar ou calor. Estes, depois de oxidados, provocam a produção de radicais livres que por sua vez transformam os EFA em polímeros perigosos que sobrecarregam o fígado e lesam as membranas celulares.


Texto de Gonçalo André


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