quinta-feira, 21 de maio de 2015

Lesões musculares e tendões

O tecido muscular esquelético corresponde à maior massa no corpo humano, representando cerca de 45% do total do seu peso.

As lesões musculares podem ser causadas por pancadas diretas, estiramentos ou lacerações.

Estas lesões podem ser ligeiras (grau I), com presença de inchaço e desconforto, moderadas (grau II), com perda de função e formação de hematoma ou equimose, ou graves (grau III), com rotura completa, dor intensa e hematoma de grandes dimensões.

Cerca de 90% das lesões musculares no desporto são equimoses ou estiramentos. As lacerações são muito mais raras.

De um modo geral, as lesões causadas pelo desporto devem-se a métodos de treino incorretos, anomalias estruturais que forçam certas partes do corpo mais do que outras e fraqueza dos músculos, tendões e ligamentos, nos quais não se permite uma recuperação adequada ao fim de um período de treino, ou não se interrompe o exercício quando aparece a dor. O desgaste crónico é a causa de muitas destas lesões.

As lesões musculares são a causa mais frequente de incapacidade física no desporto, correspondendo a cerca de 30-50% das lesões.

Embora o tratamento permita uma boa recuperação na maioria dos casos, as consequências destas lesões podem, em alguns casos, ser dramáticas impedindo o retorno à atividade durante semanas ou meses.

Sempre que se forçam os músculos num treino intensivo, algumas fibras musculares lesionam-se e outras consomem a energia disponível que foi armazenada. Exigem-se mais de dois dias para que as fibras sarem e, como só as fibras não lesionadas e adequadamente alimentadas funcionam de modo apropriado, os períodos de treino intensivo muito seguidos exigem um maior trabalho a uma menor quantidade de fibras sãs, aumentando a probabilidade de lesões. Como tal, podem prevenir-se as lesões crónicas deixando um intervalo de pelo menos 2 dias entre os períodos de treino intensivo ou alternando os que forçam diferentes partes do corpo.

Os músculos, os tendões e os ligamentos rompem-se quando são submetidos a esforços superiores à sua força intrínseca. As articulações são mais propensas às lesões quando os músculos e os ligamentos que as sustentam são fracos, como acontece depois de uma entorse. Os ossos enfraquecidos pela osteoporose podem fraturar-se mais facilmente.

Os exercícios de fortalecimento ajudam a prevenir as lesões. O exercício regular não aumenta nem reforça a musculatura de forma significativa. O único modo de fortalecer os músculos é exercitá-los contra uma maior resistência de forma progressiva, como praticar um desporto cada vez mais intenso, levantar pesos cada vez maiores, ou usar máquinas especiais de fortalecimento.

A dor que precede muitas lesões por desgaste apresenta-se pela primeira vez quando um número limitado de fibras do músculo ou do tendão se rompe. Interromper o exercício ao primeiro sinal de dor limita a lesão a essas fibras, permitindo uma recuperação mais rápida. A manutenção do exercício enquanto se sente dor provoca a laceração de uma maior quantidade de fibras, agravando a lesão e atrasando a recuperação.

O diagnóstico é essencialmente clínico e a ecografia, ressonância magnética e tomografia complementam bem essa avaliação. Destes três, a ecografia é considerada como o método ideal.

Os princípios do tratamento das lesões musculares repousam no clássico conjunto: proteção, repouso, gelo, compressão e elevação.

Depois da lesão, as fibras musculares começam o processo de regeneração muscular, tendo uma resposta inflamatória após 6 a 24 horas após se ter dado o trauma. O processo de regeneração inicia-se então cerca de três dias após a lesão, estabilizando em duas semanas. O músculo fica totalmente recuperado entre duas semanas e dois meses dependente do grau da lesão

Os anti-inflamatórios não esteróides ajudam a controlar a dor e a inflamação e a Fisioterapia possibilita a recuperação da força e flexibilidade. O uso de ultra-sons é recomendado no tratamento das lesões musculares. Faz com que a regeneração dos tecidos musculares se faça mais rapidamente. Esta técnica poderá ser usada 48 h após a lesão.

As injeções de corticóides na área lesionada ou nos tecidos circundantes aliviam a dor e reduzem o inchaço. Contudo, estas injeções podem atrasar o processo de cura, aumentando o risco de lesão do tendão ou da cartilagem.

A Fisioterapia, com aplicação de calor, frio, eletroterapia contribui para o processo de reabilitação. A sua duração dependerá do grau de gravidade e complexidade da lesão.

É importante que cerca de três semanas após a lesão se inicie um conjunto de exercícios com vista a aumentar a massa muscular perdida durante a lesão, aumentando também a amplitude de movimento das articulações envolvidas na lesão.

 

Texto de FT. Cátia Viegas

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