quinta-feira, 11 de julho de 2013

Tenho problemas cardíacos - Devo ou não fazer exercício físico?

Quais as principais causas de doenças cardíacas

As doenças cardíacas ou cardiopatias (cardio = coração e patia = doença) têm muitas causas possíveis. As duas razões mais frequentes são devidas à hipertensão, a chamada cardiopatia hipertensiva e à aterosclerose das artérias coronárias (artérias que irrigam o coração), a chamada doença coronária ou cardiopatia isquémica.
 
A aterosclerose é uma doença que obstrui efetivamente certas artérias, mas não compromete outras artérias nem as veias. As artérias coronárias são alvo de especial apetência do processo aterosclerótico. Conforme o número de artérias entupidas, o grau de entupimento e a velocidade a que se origina, assim os vários quadros clínicos que a aterosclerose coronária pode originar tais como enfarte, morte súbita, arritmias ou angina de peito.
 
Há muitas outras cardiopatias cujo aparecimento nada tem a ver com a hipertensão nem com a aterosclerose. São exemplos as doenças das válvulas cardíacas (Cardiopatias valvulares), as diferentes cardiopatias congénitas, as inflamações e/ou infeções do coração (pericardites, miocardites, endocardites), os tumores do coração, o compromisso cardíaco que se observa em doenças hormonais, reumáticas ou na diabetes, etc.
 
Tudo isto impõe adaptações próprias aos programas de exercício.
 
Exercício para o doente cardíaco: normas gerais
 
Já lá vai o tempo em que o doente cardíaco, sobretudo aquele que tinha sofrido um enfarte era visto como um inválido que deveria passar o resto dos seus dias sentado numa poltrona. Os malefícios que decorrem dessa prática, quer psíquicos, quer pelo descondicionamento físico resultante, arruinaram a vida ativa e produtiva de muitas pessoas, mais do que a doença cardíaca em si mesma.
 
Para a maioria destes doentes, a atividade física trará benefícios, seja em termos de evitar a perda de capacidades do músculo cardíaco, seja a nível de condição física geral pelo seu efeito benéfico nos factores de risco cardiovasculares que podem levar ao agravamento da doença.
- Nas doenças que comprometem o coração em grau ligeiro a moderado, a atividade física DEVE ser praticada, pelos múltiplos benefícios que traz, quer à função do coração, quer ao doente como um todo, no tocante à sua capacidade funcional;
- É obrigatório haver avaliação médica prévia, incluindo prova de esforço, para determinar qual a frequência cardíaca do treino em segurança, entre outros aspectos;
- A atividade básica do doente cardíaco deve ser aeróbia geral do tipo marcha rápida ou outra similar. A marcha diária é uma terapêutica para quase todos os doentes cardíacos;
- Os exercícios de força poderão ser praticados em algumas doenças mas não noutras, desde que em regime aeróbio com pouca carga permitindo 20 repetições;
- Em situações de insuficiência cardíaca descompensada, e outras situações já muito evoluídas a atividade física pode ter de ser interdita enquanto não se procede à compensação.  
Existem escalas que servem para classificar os doentes cardíacos em termos funcionais e para cada grupo indicam-se as atividades físicas que toleram em segurança e as respectivas intensidades, como as da New York Heart Association (NYHA) e da Sociedade Canadiana Cardiovascular.
 
Assim, o conselho da Personal Trainers Algarve é, segundo o grau de gravidade da sua situação, que efetue todos os passos acima descritos antes de iniciar um programa de treinos e, após a devida "luz verde" deverá procurar a ajuda de um profissional qualificado na área do exercício físico, capaz de o ajudar efetuando as adaptações necessárias às suas condições.
 
 
Texto de Dora Pinto

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