segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Como comem os portugueses?

 
Comem duas vezes mais carne, óleos e gorduras do que o recomendado; têm um défice de consumo de produtos hortícolas de 79% e deviam comer o dobro dos frutos.
 
A imagem mostra a roda ideal dos alimentos e a balança alimentar dos portugueses, segundo os dados recolhidos pelo mesmo estudo.
 
As leis da economia mostram que quando há menos dinheiro no bolso, a tendência é para se gastar menos. Os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) revelam que a despesa anual média dos portugueses com a alimentação entre março de 2010 e março de 2011 representou 13,3% do salário anual médio, uma descida de 5,4% face a 2000.
 
"Este fenómeno poderá explicar algumas alterações no padrão alimentar português, por conta da crise económica", explica Luís Matos, vice-presidente da Associação Portuguesa de Nutricionistas.
 
"Paralelamente assistiu-se a um aumento de quase 10% nas despesas com a habitação, água, eletricidade, gás e outros combustíveis", recorda o especialista, citando o estudo do INE sobre Orçamentos Familiares.
 
Demasiadas calorias

Os portugueses compram uma média de 3883 kcal diárias, quando o valor médio de consumo recomendado para um adulto é de 2000 a 2500. "Um número alto", nas palavras da médica endocrinologista Isabel do Carmo, que sublinha que se trata da aproximação dos valores consumidos em Portugal com os ingeridos nos Estados Unidos, por exemplo.
 
Mas o facto de se consumirem muitas calorias não significa qualidade nutricional, nem sequer suficiência, infelizmente.
 
O estudo publicado pelo INE em 2010 sobre a Balança Alimentar dos Portugueses é o mais recente e pinta um cenário negro da alimentação em Portugal. Compara os hábitos alimentares do novo século com os da década de 90 e conclui que a "dieta portuguesa tem-se vindo progressivamente a afastar dos princípios da variedade, equilíbrio e moderação."
 
Existe então uma distorção gradual da roda de alimentos dos portugueses, especialmente na última década. A análise adianta que a carne de suíno continua a liderar a tabela nacional do consumo de carnes, representando 38% desse total, ainda que a tendência seja para o crescimento do consumo das carnes brancas, que representa 33% da disponibilidade de carnes.
 
O mesmo estudo do INE adianta que 51% da população tem excesso de peso. "Pelo menos metade da população adulta portuguesa ingere mais calorias do que aquelas que gasta", garante Isabel do Carmo, que salienta que o cenário europeu não é diferente. "Grande oferta e publicidade de alimentos hipercalóricos, pobres do ponto de vista nutricional, mas mais acessíveis economicamente" é uma das razões que justifica as escolhas, tal como o sedentarismo das áreas urbanas.
 
A Direção-geral de Saúde conclui que a população rural tende a ter uma alimentação mais saudável do que a urbana, por causa dos horários de trabalho rígidos, da escassez de tempo e da oferta alargada de "comidas da moda".
 
A longo prazo, os maus hábitos alimentares terão consequências na saúde. "As pessoas ficam mais propensas a desencadear doenças crónico-degenerativas, as mais frequentes causas de doença cardiovascular, como a diabetes mellitus, hipertensão arterial, dislipidemia, obesidade e cancro", alerta Luís Matos.
 
Em Portugal, as doenças cardiovasculares são a principal causa de morte, cerca de 32%, de acordo com as Estatísticas da Saúde do INE.
 
Do ponto de vista da Personal Trainers Algarve, há então que reverter esta situação o mais rapidamente possível, adotando uma alimentação mais saudável aliando-a ao exercício físico de modo a evitar todos os problemas de saúde que daí advenham!
 
Não perca mais tempo, procure um profissional para o(a) ajudar na adoção de um estilo de vida saudável, o qual fará toda a diferença!
 

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